A lagarta-do-cartucho se alimenta sobre espécies de 23 famílias de plantas, sendo que seus maiores hospedeiros são as gramíneas, incluindo importantes culturas como milho e arroz. A duração da fase de ovo é de 2 a 3 dias, sendo o período de larva de 12 a 30 dias; esses períodos variam de acordo com a temperatura. A transformação em pupa ocorre no solo e pode variar de 20 a 50 dias, até emergir o adulto, que vai acasalar e dar continuidade ao ciclo da praga.

A mariposa durante o dia pode ser encontrada sob a folhagem da soja, próxima ao solo ou nas folhas das plantas. Quando a fonte de alimento acaba nos locais em que a praga está presente, as lagartas migram em bandos para outros ambientes adjacentes da lavoura, em busca de alimento. O inseto apresenta preferência para se alimentar de gramíneas, mas pode se alimentar de outras plantas na ausência do hospedeiro preferencial. As lagartas de S. frugiperda estão normalmente presentes na cultura a ser dessecada para o plantio da soja. Durante o dia, as lagartas ficam normalmente abrigadas sob a palhada ou torrões, saindo para se alimentar nas plântulas de soja em dias nublados ou durante a noite.

Se não forem controladas, as lagartas podem cortar as plântulas de soja rente ao solo ou alimentar-se de sua folhagem, causando a sua morte e, consequentemente, provocando redução do estande da cultura. Dependendo da intensidade de redução desse estande, poderá haver perdas de produtividade. A lagarta, eventualmente, se alimenta das folhas e das vagens da soja.

Ocorrência na planta

A lagarta-do-cartucho está, normalmente, presente na cultura utilizada como cobertura, como milheto, aveia, trigo, e que será dessecada para o plantio da soja. Embora S. frugiperda tenha sido a principal espécie encontrada nestas coberturas, outras espécies como S. eridania, S. cosmioides e até mesmo a lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), podem ocorrer eventualmente. Os danos ocorrem nos cotilédones ou em plântulas durante os estádios iniciais de desenvolvimento da cultura.

Distribuição geográfica

Em função do seu hábito polífago e da alta capacidade de dispersão, essa praga apresenta ampla distribuição no Brasil, ocorrendo em praticamente em todos os estados. Todavia,  está mais associada a culturas do grupo das gramíneas como milho, trigo e arroz, embora frequentemente, possa também ser encontrada em gramíneas utilizadas como cobertura e em pastagens.

CRUZ, I. A lagarta-do-cartucho na cultura do milho. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 1995. 45 p. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular técnica, 21).

GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA-NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; BATISTA, G. C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIM, J. D.; MARCHINI, L. C.; LOPES, J. R. S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: Ed. FEALQ, 2002. 920 p.

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Como citar:

ÁVILA, C. J. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda). In: ÁVILA, C. J. Pragas da soja: conheça e previna-se. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2017. Disponível em: <http://pragas.cpao.embrapa.br/>.